Não é que eu ouça só Marisa Monte, é que neste momento da minha vida as letras e o estilo dela caem bem a qualquer momento. Encontrei hoje uma entrevista da época do lançamento do Infinito Particular onde ela fala sobre essa música, Vilarejo. Como eu ainda não conhecia o clipe, fiquei surpresa ao ver imagens tão fortes constrastando com a letra, que é tão pura e tão leve. Fui entender melhor quando vi a opinião da própria Marisa. Abaixo, o trecho da entrevista publicada no O Estado de São Paulo que justifica a idéia de Vilarejo.
"A gente fica sempre cobrando transformações do mundo, do governo, do Lula, do ministro, do Congresso e não sei o quê. Acho que o indivíduo é a sociedade. Então, essa canção fala de todas aquelas coisas maravilhosas que o mundo poderia ser e é também um olhar contrastante em relação ao que a gente vive hoje", diz. "É muito ingênuo e leviano achar que alguém vai mudar alguma coisa se a gente não mudar cada um de nós. Acredito que essa é a única transformação possível no Brasil: todo mundo não jogar lixo na rua, na praia, não fazer xixi na esquina, reciclar seu lixo, pegar o cocô do seu cachorro, todo mundo eleger melhor o Congresso, ser um consumidor consciente", prossegue. "Vilarejo fala no final: `tem um verdadeiro amor para quando você for´. Quer dizer, qualquer um pode ter esse lugar. É uma questão de transformação interior, de decisão individual."
A tal transformação interior, na minha opinião, talvez seja muito mais difícil que qualquer ação ou iniciativa 'exterior', tipo não jogar lixo na rua ou ser um consumidor consciente. Mas por ser mais difícil, pode ser que a Marisa realmente tenha razão em suas colocações. Mudar o mundo não é mesmo uma tarefa superficial. E também não é pra qualquer um. Mas nunca perco a esperança e acho que pra quem tem a coragem de transformar-se interiormente, mudar o mundo deve ser fichinha...
segunda-feira, 10 de agosto de 2009
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